Confira relatos da trajetória da desembargadora Dulce Cecconi

Rômulo Cardoso Quinta, 28 Março 2024

Dulce Cecconi dois

Uma trajetória de mais de quatro décadas dedicada à magistratura é fator suficiente para credenciar a desembargadora Dulce Cecconi como uma das grandes personagens da história do TJPR. Mas ela foi além, muito além. O seu nome está atrelado a um dos principais fatos da história da instituição. A magistrada foi a primeira mulher a ser eleita para exercer um cargo na cúpula diretiva do Tribunal.

 

Ao falar com a AMAPAR sobre os fatores que levaram a se candidatar ao cargo de 2ª vice-presidente para a gestão 2013/2014, ela afirma que carrega um sentimento de “orgulho coletivo”. Na época, o Tribunal comemorava 120 anos de história e os nomes dos candidatos começavam a ser ventilados. “Pensei. Acho que está na hora de uma mulher fazer um pouco de história no Tribunal”, lembra Dulce.

 

A desembargadora comenta que sofreu críticas na época, pois no ano de 2014 ela teria de se aposentar compulsoriamente. Ela não se importou. Sempre gostou do sistema dos Juizados Especiais e fez uma gestão de destaque não apenas ao inaugurar a participação de mulheres na cúpula, mas também marcada por muito trabalho de gestão. “Eu me dei muito bem com aquela turma de magistrados e magistradas dos Juizados Especiais”, recorda, ao falar também do bom relacionamento com os demais membros da cúpula.

 

Carreira e aposentadoria - Foram quase 45 anos de carreira. Nascida na cidade de São Paulo, a magistrada escolheu o Paraná para trilhar sua trajetória, iniciada na UFPR, ao cursar direito. O despertar para a magistratura veio durante estágio em varas criminais, depois de seguir a sugestão de um promotor de Justiça. Dulce Cecconi queria prestar um concurso para assessoria jurídica e foi convencida a tentar o concurso para ingresso no cargo de juíza substituta.

 

Aprovada, assumiu em 27 de maio de 1970. Passou pelas comarcas de Nova Esperança, Colorado e Paranacity. Em 3 de setembro de 1976, depois de prestar novo concurso, foi nomeada juíza de direito e exerceu as funções nas comarcas de Ipiranga, Mandaguari, Ivaiporã e Maringá. Em 18 de maio de 1995 tomou posse como juíza do Tribunal de Alçada e no dia 16 de agosto de 2004 foi promovida a desembargadora do TJPR.

 

Se aposentou em 2014, quando a compulsória ainda era aos 70 anos. Perguntada se sente saudades, a desembargadora Dulce prefere simplificar a questão. “Com o passar dos anos, agora aposentada, cada vez menos sinto falta, pois a vida muda. A vida tem uma sequência. Eu observo que alguns saem muito aborrecidos. Não conseguem se desligar”, resume.

 

Por fim, na entrevista, Dulce Cecconi abre um parêntese para recordar de outro episódio de ineditismo, pois ela também foi a primeira magistrada a exercer cargo na diretoria da AMAPAR, no Conselho Fiscal da entidade. Aliás, na Associação a magistrada ainda procura frequentar, ao participar dos ensaios do coral e de outras atividades da Judicemed.

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