Atento à celeridade processual para desobstruir a pauta, juiz de Pitanga passa a agendar audiências também no período da manhã

Rômulo Cardoso Sexta, 19 Fevereiro 2021

Atento à celeridade processual para desobstruir a pauta, juiz de Pitanga passa a agendar audiências também no período da manhã

Mauro Mondin também falou sobre a adaptação ao trabalho remoto -  "Essa alta produtividade comprova que o teletrabalho é algo que deve ser pensado como uma alternativa para o futuro, mesmo após o término da pandemia". 

 

Juiz na comarca de Pitanga, Mauro Monteiro Mondin adotou uma medida elogiável, voltada ao princípio da celeridade processual. Com todas as dificuldades agravadas por conta da Covid-19, o magistrado encontrou uma alternativa para desobstruir a pauta de processos, ao baixar uma ordem de serviço e passar a agendar audiências também no período da manhã.

 

O magistrado conversou com a AMAPAR para explicar as medidas adotadas. Lembrou que com os entraves iniciais gerados pelos sistemas de videoconferência no início da pandemia, muitas audiências deixaram de ser realizadas na Justiça, também por conta do não cumprimento de mandados e outras dificuldades para que as partes participassem dos atos. Ao contar com a colaboração da advocacia e do Ministério Público, o magistrado adotou regime extraordinária na vara em que atua e adicionou à pauta o agendamento de audiências para o período da manhã, às terças e quintas-feiras.

 

“Trata-se de uma situação excepcional, que pretendemos adotar por cerca de seis meses. É algo que exige grande colaboração dos promotores de justiça e dos advogados, mas que, com certeza, resultará em um benefício para todos. Benefício esse a ser alcançado não só nos processos cujas audiências serão realizadas pela manhã, mas também em outros processos cujas audiências, no período da tarde, poderão ocupar o lugar que esses processos estavam ocupando na pauta”, explicou.

 

ADAPTAÇÃO - Na entrevista que concedeu à AMAPAR, o juiz também fez um relatou de como se adaptou à nova sistemática, ao trabalhar remotamente. No começo, ele disse que houve necessidade de uma readequação, desde um local apropriado para trabalhar. “Toda a rotina doméstica teve que ser adaptada, e até mesmo a mudança da internet, para que tivéssemos uma internet mais rápida, que permitisse um fluxo maior de dados”, contou o magistrado que também é casado com uma juíza.

 

Daqui para frente, com a adoção em maior escala do teletrabalho, o magistrado afirma que poderão ser repensadas várias situações no sistema de Justiça, como a obrigação de o juiz residir na comarca, a obrigação de o juiz estar presente ao fórum e a obrigação de se fazer audiências de custódia pessoalmente.

 

“Estamos completando 11 meses de trabalho remoto, e vimos que temos condições de trabalhar remotamente, realizar audiências de custódia por videoconferência, e de atender os advogados por meio do Whatsapp, do Messenger, ou por um dos sistemas de videoconferência”, acrescentou.

 

Mauro Mondin revela, ainda, que não sente falta da rotina dos fóruns, do cotidiano presencial. “Trabalhando em casa podemos nos vestir mais à vontade, de maneira mais confortável, o que até ajuda a melhorar nosso desempenho, pois com conforto conseguimos ficar por mais tempo no ambiente de trabalho”, observou.

 

Também refletiu sobre o trabalho da magistratura paranaense, com os ganhos de produtividade e boa adaptação. “Penso que a magistratura paranaense está desenvolvendo um trabalho muito bom nesse período, com alta produtividade, o que somente foi possível em razão de estarmos com os processos todos informatizados. Essa alta produtividade comprova que o teletrabalho é algo que deve ser pensado como uma alternativa para o futuro, mesmo após o término da pandemia”, acrescentou.

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