Com serenidade e grande atenção aos cuidados sanitários, juíza retorna às atividades presenciais em Arapongas

Rômulo Cardoso Sexta, 18 Setembro 2020

Com serenidade e grande atenção aos cuidados sanitários, juíza retorna às atividades presenciais em Arapongas

Com todos os cuidados sanitários recomendados pelos profissionais da saúde, como a tríade do uso da máscara, do álcool 70% e de considerável distanciamento entre as pessoas, a juíza Raphaella Benetti da Cunha Rios retornou nesta semana, depois de seis meses, às atividades presenciais no fórum de Arapongas para a realização de um júri.

 

No relato direcionado à AMAPAR, a magistrada disse que foi necessário, além das precauções, o convencimento para que os jurados comparecessem ao recinto do Júri, já que não seria viável a fixação de penalidade pelo não comparecimento à sessão.

 

“Nisso, os oficiais de justiça da Comarca de Arapongas foram essenciais no trabalho de intimação e sensibilização dos sorteados. Também tivemos que montar equipamentos para propagação do som e garantir os itens essenciais de segurança, como máscaras - para quem eventualmente se esquecesse - , álcool 70%, além de termômetros para aferição de temperatura”, contou a magistrada.

 

Na entrada do prédio, todos os jurados tiveram de medir a temperatura e o sorteio – procedimento do júri – foi ao ar livre, com o recomendado distanciamento social. “Também tivemos que definir o layout para posicionamento dos presentes, em atendimento às normas de distanciamento social. Por fim, destaco o trabalho incansável dos servidores da 1ª Vara Criminal de Arapongas, do promotor de Justiça, Fernando Barbugiani, assim como do advogado de defesa, Osvaldir da Silva”, apontou a magistrada, sobre a colaboração de todos os servidores, partes e demais profissionais. “E vamos seguir em frente, fazendo mais adaptações para que consigamos realizar as sessões de julgamento popular com o máximo de segurança e garantidos os direitos das partes”, completou.

 

A magistrada também relatou à AMAPAR a experiência, ou melhor, a necessidade de trabalhar durante seis meses em regime de teletrabalho. Conta que os processos estão “em dia”, com produtividade incrementada e a realização de audiências de réus presos e soltos na 1ª vara criminal de Arapongas.

 

A velocidade de trâmite processual é tamanha que na unidade foram contabilizadas sentenças de réus presos lançadas 1 mês e meio depois fatos, um verdadeiro recorde, como ela afirma.

 

“O júri popular era, aliás, a única atividade que não estávamos conseguindo desenvolver por conta do fechamento do fórum e por não termos uma fórmula que o permitisse integralmente a videoconferência, sem mal ferimento das garantias constitucionais que cercam o instituto. Por isso decidimos aguardar a autorização para a abertura do prédio do fórum”, explica a magistrada.

 

EXPERIÊNCIA EXITOSA

Raphaella aponta êxitos na experiência do trabalho remoto, principalmente diante do cumprimento de prazos e realização de audiências. “Os atendimentos não estão prejudicados, já que fornecidos os canais de comunicação com os servidores. Até o contato entre juiz e advogado vem sendo feito exatamente na mesma plataforma de realização das audiências”, destaca a magistrada.

 

A magistrada também fala em adaptação aos novos tempos, de perspectivas da permanência em ambientes, por enquanto, tendo a pandemia da covid-19 como ameaça. “A confusão entre vida profissional e pessoal – especialmente para nós mulheres e mães – ainda vai existir. Foram muitas as audiências em que minha filha entrou na sala onde estava, mas acho que todos nós vamos nos adaptando e dando nosso jeito”, conta a magistrada.

 

A ótima resposta do Poder Judiciário do Paraná, para além da gigantesca produtividade com mais de 4 milhões de atos judiciais em seis meses, também mereceu comentário da magistrada, a colocar o TJPR como um tribunal de vanguarda. “Rendo minhas homenagens à administração do nosso Tribunal, na pessoa do presidente, desembargador Xisto, que vem conduzindo não só o teletrabalho, mas também a retomada das atividades presenciais de forma bastante serena. E é isso que temos que ter neste momento: serenidade. Tirar a melhor lição possível dessa Pandemia, esperançosos de que vai passar. Afinal, não há mal que dure para sempre”, finaliza.

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