Magistratura comenta à AMAPAR impressões sobre o IV Encontro Paranaense de Justiça Restaurativa

Rômulo Cardoso Sexta, 01 Abril 2022

“A vítima, o trauma e o Sistema de Justiça - Uma troca de experiências Brasil/Canadá” foi o tema central escolhido para o IV Encontro Paranaense de Justiça Restaurativa, que aconteceu na quinta e sexta-feira, em Curitiba, na sede do TJPR. A Amapar prestigiou a abertura do encontro e também a presença de diversos magistrados e magistradas, de diferentes comarcas, que participam das atividades organizadas para o evento, que incluíram oficinas e palestras.

 

O encontro teve como objetivo a capacitação e prática de técnicas inerentes à Justiça Restaurativa e na solenidade de abertura contou com a participação de membros da cúpula diretiva do TJPR, magistrados e magistradas, a embaixadora do Canadá, Jennifer May, a Cônsul-Geral do Canadá, Heather Cameron, e representantes do Governo do Paraná, da Assembleia Legislativa do Paraná, da Prefeitura de Curitiba e de instituições do Sistema de Justiça de vários estados.

 

A troca de experiências entre autoridades brasileiras e canadenses foi salientada pela desembargadora Joeci Camargo, 2ª vice-presidente do TJPR. “Efetiva troca de experiências entre o Brasil e o Canadá para a superação do trauma de vítimas na atuação do sistema de justiça”, assinalou.

 

O presidente do TJPR, desembargador José Laurindo de Souza Netto, lembrou que o Paraná tem muita tradição no trato de técnicas de solução de conflitos, ao ressaltar a efetivação da lei nº 9099/95, que criou os Juizados Especiais.

 

IMPRESSÕES

 

A Amapar também ouviu magistrados e magistradas, que trouxeram impressões muito positivas sobre o encontro.

 

“Foi muito gratificante participar da troca de experiências Brasil/Canadá propiciada pelo IV encontro paranaense de justiça restaurativa. As várias oficinas dirigidas por colegas e colaboradores foram enriquecedoras. A exposição de práticas exitosas nos dois países potencializou o sentimento de urgência de mudança na forma de atuação da justiça. Um olhar mais humano, mais próximo do cidadão. Além disso, o congraçamento com colegas de vários estados e também com a equipe do país norte-americano após tanto tempo de distanciamento, foi um alento para o coração” – Jaqueline Allievi, juíza em Cascavel.

 

“Fico muito feliz, pois foi o quarto encontro, o primeiro pós pandemia e, agora, com abertura no Tribunal Pleno. Também, considerando a parceria com o Canadá, isso nos encoraja a desenvolvermos mais práticas restaurativas no Paraná. A magistratura paranaense tem tido destaque em práticas restaurativas e isso vai crescer cada vez mais diante do grande número de pessoas que têm aderido a esse movimento da justiça restaurativa”. Claudio Camargo dos Santos, juiz em Maringá.

 

“O evento trouxe a experiência canadense com a Justiça Restaurativa aliada às práticas restaurativas no Paraná. Nas oficinas simultâneas que ocorreram houve a demonstração de tais práticas nas muitas comarcas e também dos princípios da Justiça Restaurativa arraigados na literatura clássica nas oficinas de Estudos dos livros. Foi gratificante poder estar ali e observar o grande passo, entrosamento e comprometimento do Tribunal de Justiça nessa área tão mais humana que traz o ser humano como seu foco principal” – Stela Maris Perez Rodrigues, juíza em Cianorte.

 

“Foi um encontro ímpar, pelo formato, por trazermos o trabalho de um grupo de estudo e darmos voz para outros juízes falarem sobre justiça restaurativa e tendo como pano de fundo a literatura brasileira e universal. Momento de criar relação entre juízes, momento de criar relação entre países – como o Brasil e o Canadá – e momento de criar relação com pessoas que vieram buscar conhecimento. E justiça restaurativa é sobre isso, sobre relações. Conseguimos no evento mostrar que é isso que estamos buscando. Fazendo uma verdadeira revolução do paradigma retributivo no Tribunal” – Rodrigo Rodrigues Dias, juiz em Toledo.

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