Justiça no Bairro reúne várias pessoas no Pinheirinho

Logo pela manhã foram distribuídas mais de 300 senhas. Muitas pessoas vieram até a Rua da Cidadania do Pinheirinho em busca de atendimento jurídico, no último sábado (10).

Foi o caso da advogada Ema Cristina Degraf que trouxe a sogra para fazer interdição. A senhora Lucia*, de 65 anos, sofre do mal de Alzheimer há mais de dois anos. A família deslocou-se do bairro Bacacheri, na capital, para ser atendida pelo projeto. “Eu já conhecia o ‘Justiça no Bairro’ desde o meu tempo de faculdade. Este projeto é muito admirado pela classe dos advogados. Hoje trouxe minha sogra porque sei que sairei com toda a documentação necessária daqui. Se fosse ajuizar uma ação isto levaria tempo, por este motivo vim até o Pinheirinho”, disse Ema.

O comerciante Samir Tiago Brunetta também aguardava ser chamado para iniciar o processo. Ele estava na companhia da mãe que é portadora de Alzheimer. “Soube do evento pela mídia e resolvi trazer a minha mãe. Eu atendo ela há muitos anos e precisava da documentação para poder ajudá-la. Desde que estamos aqui ela já passou pelo exame psicológico, pelo clínico e pelo atendimento da assistente social. O atendimento é fantástico, as pessoas são muito especializadas e muito aplicadas. Estão todos muito empenhados em atender à população. Num caso como esse da minha mãe demoraria uns sete meses se fosse à Justiça comum’, destacou o comerciante.

Durante o evento os jurisdicionados puderam também contar com outros serviços e até desfrutar de brincadeiras com os filhos. No local era possível cortar o cabelo, ter orientação sobre saúde e alimentação e ainda fazer documentos (RG e CPF). Esta edição do ‘Justiça no Bairro’ foi realizada em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, e outros três eventos já estão agendados para acontecer em Curitiba.

Família- no consensual foram centenas de atendimentos realizados pelos alunos e professores voluntários das faculdades FAE, Santa Cruz e PUC/PR. Entre eles estavam Priscila Souza Marafeu e John Lenon de Araújo. O casal ficou casado por cinco anos e procurou o projeto para fazer o divórcio. Priscila contou que está separada há três meses e soube do evento por conta de um anúncio. “Decidi fazer o divórcio aqui porque não tenho dinheiro para pagar advogado e nem fazer no cartório”.

O ex-marido estava desde às7 horas da manhã na fila para pegar a senha. “Eu vim do bairro Tatuquara e cheguei cedo para ser atendido. Está valendo a pena esperar, pois vou sair com toda papelada pronta”, afirmou John Lenon.

Participação – a juíza de Piraí do Sul, Pamela Dalle Grave Flores Farias esteve atuando no projeto e ficou grande parte do sábado (10) auxiliando nas interdições. “Eu assumi como juíza recentemente e acho importante ajudar as pessoas, ter esta responsabilidade social. Eu quero inclusive aplicar o projeto na minha Comarca. O trabalho do magistrado vai muito além de julgar, nós devemos estar perto da população”.

O magistrado Luciano Carrasco Falavinha Souza também estava presente trabalhando no ‘Justiça no Bairro’.

Agenda- o próximo evento acontece no dia 17 de agosto, em Cruzeiro do Oeste. O ‘Justiça no Bairro’ será realizado na Escola Municipal Tempo Integral Tasso da Silveira, que fica localizada na Avenida Guilherme Rigolon, 1052. Os atendimentos iniciam às 09 horas da manhã e seguem até às 17 horas.

*(Nesta matéria foi preservado o nome da jurisdicionada. No texto foi utilizado o nome fictício - Lúcia).

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