Fernando Bodziak será responsável pela supervisão dos Juizados no próximo biênio

Rômulo Cardoso Quarta, 29 Outubro 2014

Fernando Bodziak será responsável pela supervisão dos Juizados no próximo biênio

 

2ª vice-presidência

Fernando Wolff Bodziak

Entendo que toda a Magistratura deva participar das decisões da Cúpula do Tribunal de Justiça

 

Na condição de candidato ao cargo de 2º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, que compreende a supervisão dos Juizados Especiais, o que deve ser priorizado em termos de investimentos no sistema?

A tônica atual da Administração da Justiça deve ser a utilização da tecnologia e o emprego racional de recursos humanos e materiais. A Justiça do século XXI não é mais exclusivamente cartorial e, mormente desde o advento do processo eletrônico, exige a adequação das ações do gestor, de modo a aumentar a produtividade e a qualidade do atendimento jurisdicional, reduzindo despesas desnecessárias e incrementando receitas, com uso de criatividade. Tal realidade se aplica, por evidente, não apenas à Justiça Comum, mas, também, aos Juizados Especiais, bem como aos inovadores Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, no mais das vezes instalados sem ônus ao Poder Judiciário. É possível, portanto, fazer mais e melhor, readequando-se os recursos orçamentários às modernas técnicas de gestão. A sobrevivência do Sistema de Justiça tem como imprescindíveis a revisão de conceitos e a mudança de paradigmas, tornando-se imperativo o esforço conjunto de todos para a criação de novos mecanismos de estímulo à conciliação, à mediação e à cultura da paz.

E a comunicação com o juiz atuante nos Juizados, como será conduzida?

O diálogo com os Magistrados será permanente, franco e aberto. Entendo que toda a Magistratura deva participar das decisões da Cúpula do Tribunal de Justiça, e, no que respeita aos colegas do Sistema dos Juizados Especiais, não há motivo para ser diferente. Sempre adotei tal postura, tanto na Presidência do Conselho de Supervisão dos Juízos da Infância e da Juventude, quanto agora, no curto período de mandato que venho exercendo. Desde a primeira semana de minha até aqui breve gestão, tenho participado de reuniões com Juízes Supervisores de Juizados de todo o Paraná, colhendo suas sugestões e críticas, bem como acolhendo pleitos, no âmbito de minha atuação. Essa gestão compartilhada, envolvendo toda a Magistratura, legitima as ações do gestor, porquanto a imensa maioria das demandas provém do 1º grau de jurisdição.

O senhor é favorável às eleições diretas no TJ, na qual juízes do 1º grau também escolham a cúpula diretiva, salvo os cargos de corregedoria?

Sempre me pautei na premissa de que somos todos Magistrados, independentemente da instância e do tempo de carreira. E nessa perspectiva, tenho procurado ser coerente em minhas ações como integrante passageiro da Cúpula Diretiva do nosso Tribunal de Justiça, acreditando na gestão compartilhada, com a participação de todos os envolvidos na solução efetiva das questões afetas à Administração da Justiça. Louváveis os anseios dos Magistrados brasileiros e das entidades de classe que almejam eleições diretas, dada a importância da consolidação do processo democrático no âmbito do Poder Judiciário. A participação de todos os Magistrados no processo eleitoral para escolha das cúpulas administrativas é um pleito legítimo e importante para o exercício da democracia. Vale lembrar as palavras de Teotônio Vilela: “A Democracia não é coisa feita. Ela é sempre uma coisa que se está fazendo. Daí porque ela é um processo em ascensão. É a experiência de cada dia que dita o melhor caminho para ela ir atendendo às necessidades coletivas. O que há de belo nela é isto. É que ela tem condições de crescer, segundo a boa prática que fizermos dela”. Feitas tais considerações, espero ter atendido o questionamento de nossa estimada e atuante Associação, respeitando, contudo, a diversidade de entendimentos, em nome do livre direito de opinião e expressão.

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