Desembargadora Priscilla Placha Sá concede entrevista à AMAPAR

Rômulo Cardoso Quinta, 28 Novembro 2019

Desembargadora Priscilla Placha Sá concede entrevista à AMAPAR

Última desembargadora a ser empossada no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Priscilla Placha Sá concedeu recentemente uma entrevista à AMAPAR, entidade que a nova magistrada ingressou, também, como associada.

 

A conversa foi ampla e sem rodeios. A entrevistada falou, inicialmente, dos tempos de advocacia e a “mudança de chave”, já que passou a migrar o trabalho à necessidade de decidir, divergir e pegar o ritmo da atuação colegiada de um tribunal.

 

DECANTAÇÃO

 

Priscilla Placha Sá ingressou na vaga do quinto constitucional reservada à OAB-PR. Traz consigo grande experiência como advogada. Atuou em escritório por mais de 20 anos, com ênfase no Direito Penal.

 

Como primeira impressão, desde que ingressou no TJ, faz avaliação positiva da acolhida que recebeu, com a disponibilidade dos colegas e dos dirigentes da instituição.

 

“O que me parece mais demorado e alguns colegas do quinto constitucional dizem - que fica como marca indelével - é a transição de coração entre a advocacia e a magistratura. Isso não implica numa dificuldade de assumir o lugar de decisão”, aponta.

 

Também afirma estar ciente do desafio e que se preparou para a mudança. “Ao longo do tempo se decanta”, disse.

 

Indagada sobre a necessidade de magistradas e magistrados demonstrarem grande conhecimento jurídico, ressalta o aprimoramento constante. “É requisito básico para exercício de qualquer função. Quem vem ao Judiciário sempre está esperando uma resposta e me vejo, assim como vários colegas, sempre procurando a melhor resposta”, afirmou à AMAPAR.

 

DOCÊNCIA

 

Outra virtude da nova magistrada, que soma à trajetória, encontra guarida na docência, pois é professora na graduação em Direito e especializações. Tem carinho especial, também, às questões concentradas aos Direito Humanos, área que procura ter como guia para atuar na judicatura.

 

“Esse contato sempre horizontal com as minhas turmas e orientações é aquilo que sempre me diz o que é necessário aprender com as turmas. Nunca tive a perspectiva de que o professor é aquele que detém o conhecimento fechado e integral”, aponta. Embora tenha de reavaliar e reorganizar o tempo e atividades, disse que não pensa em abrir mão da veia de professora. “Tenho um carinho especial, pois é a juventude que sempre te palpita”, enfatizou.

 

MULHERES E PODER

 

A entrevista rumou para um assunto de extrema pertinência, que está na necessidade de naturalizar, como a própria desembargadora explicou, a participação de mulheres nas instituições públicas, principalmente em cargos de decisão, como as cúpulas, diretorias e funções de grande representatividade. “Os espaços de decisão ainda não tem a naturalização do feminino”, pontuou.

 

A questão precisa ser pensada numa ótica ampla e não apenas nos três poderes, cúpulas e cargos de direção. Brasília foi colocada como exemplo claro, pois a capital federal concentra as grandes decisões, abarca os mais importantes cargos, não apenas jurídicos e está distante do chamado espaço do “lar”. Exemplifica que existem muito mais vereadoras, prefeitas e juízas de 1o grau do que governadoras, senadoras e ministras de tribunais superiores.

 

“A vereadora está na cidade dela, também pode buscar o filho na escola e fazer o almoço, enfim. A estrutura do espaço público está muito conectada à perspectiva do masculino”, aponta.

 

OAB e TJPR

 

Priscilla Sá teve, também, a oportunidade, durante os tempos de advocacia, de presidir a comissão de prerrogativas da OAB-PR. Disse que priorizou, sempre, o diálogo em suas tratativas e efetividade. Classifica a relação entre a Ordem e TJPR cada vez mais convergente, principalmente quando o 1o grau e o jurisdicionado estão em evidência. “Não sou partidária das reuniões de fotografia”, resume.

 

Sabe das necessidades do Judiciário. “Ninguém tem dúvida dos dilemas que o 1o grau enfrenta e a necessidade constante de que se adotem medidas mais modernas, tecnológicas, inclusive, para atender a demanda. A minha percepção é de convergência”, finalizou.

 

PODCAST - A entrevista também pode ser acessada no podcast da AMAPAR.

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