Presidente empossado no TRE-PR fala à AMAPAR e ressalta o trabalho dos juízes estaduais no eleitoral

Rômulo Cardoso Quarta, 05 Fevereiro 2020

Presidente empossado no TRE-PR fala à AMAPAR e ressalta o trabalho dos juízes estaduais no eleitoral

Escolhido por aclamação, no dia 2 de dezembro de 2019, o desembargador Tito Campos de Paula foi empossado nesta segunda-feira, dia 3, como presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). Ele assume a cadeira até então ocupada pelo desembargador Gilberto Ferreira. Como vice-presidente e corregedor  tomou posse o desembargador Vitor Roberto Silva.

 

O vice-presidente da AMAPAR, Jederson Suzin, representou a AMAPAR no ato e destacou a assunção dos novos membros da cúpula. “A cerimônia da posse do TRE, além de um estímulo ao encorajamento para sairmos da zona de conforto, como bem disse o Des. Vitor Roberto Silva, foi um momento de grande emoção e lição de vida ao, pelo brilhante discurso do Des. Tito Campos de Paula, atual presidente, vermos que jamais podemos, por mais difíceis que sejam as provas de nossas vidas, colocar limites aos nossos sonhos”, disse. Também compareceram ao ato diversos diretores da associação.

 

MOTIVAÇÃO 

 

Antes de assumir o alto cargo em uma instituição tão importante para o sistema de Justiça, Tito concedeu uma entrevista à AMAPAR. O magistrado contou, inicialmente, como despertou a motivação de concorrer à presidência do Eleitoral. Confidenciou que procura, de tempos em tempos, concretizar alguns planos de sua cabeça, mais especificamente a cada sete anos, número que afirma não ter um significado único, “apenas enigmático”, brinca. 

 

Com 30 anos de magistratura, decidiu que seria um bom momento para pleitear um cargo diretivo. Esclareceu que até o momento não pensou em se candidatar a cargos de direção na cúpula do Tribunal de Justiça do Paraná. No eleitoral, a vontade de participar da administração já havia sido decantada. “Sempre fui um juiz de gabinete e cumpri minhas obrigações, procurei levar o trabalho em dia. Mas, cheguei a conclusão que valeria a pena pleitear a vinda para o TRE-PR”, afirmou.

O trabalho relacionado à corte eleitoral, realmente, sempre cativou Tito Campos de Paula. Ele recorda que sua primeira atuação jurisdicional, há 30 anos, foi cumulada com o trabalho durante o histórico processo eleitoral de 1989, na chamada retomada do regime democrático, que contou com nada mais nada menos do que 22 candidatos ao cargo de presidente do País.

 

“Foi uma atividade que me agradou muito. Ainda na época das urnas de lona e cédulas de papel, mas foi um período muito agradável, me identifiquei. São atividades que você acaba fazendo não apenas por mera obrigação, mas com prazer, com amor”, acrescenta. Disse, ainda, que o interesse pelo universo político e eleitoral surgiu muito antes de vestir a toga. Ainda criança, em Ribeirão do Pinhal (PR), acompanhava atentamente as eleições. “Brinco que sempre costumei fazer as minhas análises e costumava acertar o resultado das urnas”, disse.

 

MAGISTRATURA ESTADUAL - A conversa com o desembargador migrou para um dos grandes trunfos dos bons trabalhos dos TREs no País, que está centrada na participação do juiz estadual.

 

Indagado sobre as tentativas de diminuir a atuação da magistratura dos Estados nas cortes eleitorais, ele foi enfático ao sair em defesa de seus pares. Por uma questão racional, lembrou que juízes estaduais estão em todas as regiões do Brasil e desempenham uma relação muito próxima com o cidadão. Seja aqui, no Paraná, ou no Amapá e também no Amazonas, sempre vamos encontrar um juiz estadual, uma razão óbvia para continuarmos”, esclareceu. Recorda que a matéria é, inclusive, de ordem constitucional. “Esperamos que assim permaneça”, pontuou.

 

Também falou sobre a recente competência conferira à Justiça Eleitoral para apurar e julgar crimes relacionados aos casos de não contabilização e declaração de bens, conhecidos e relacionados ao chamado caixa 2. Sem querer polemizar, o novo mandatário do TRE-PR comentou que a corte se precaveu caso ocorra eventual volume expresso de processos e destacou a resolução nº 834/2019 que organiza toda a questão.

 

"O melhor caminho encontrado pelo TRE-PR, com a edição da resolução, foi concentrar o trabalho específico em duas zonas. Formamos um grupo de pessoas que se propuseram a atuar nos casos e também visitamos a famosa 13a vara federal. Caso ocorra aumento demanda, acreditamos que a Justiça Eleitoral está preparada", explicou.

 

BIOGRAFIA - Natural da cidade de Ribeirão do Pinhal, Tito Campos de Paula formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná em 1987. Em 1989, ingressou na carreira da magistratura do Paraná, tendo exercido suas funções nas seguintes comarcas: Medianeira (seção judiciária); Coronel Vivida, Ribeirão Claro, Pitanga, Foz do Iguaçu e Curitiba. 

 

Em maio de 2004, foi removido para o cargo de juiz de direito substituto de 2º grau, tendo atuado principalmente junto à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). No dia 15 de março de 2013, tomou posse como desembargador do TJPR e, em 2019, exerceu a vice-presidência e corregedoria do TRE-PR.

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