De origem carioca e carreira profissional construída no Paraná, o novo desembargador do TJ-PR, Mário Ramidoff, fala à AMAPAR

Rômulo Cardoso Segunda, 15 Agosto 2016

De origem carioca e carreira profissional construída no Paraná, o novo desembargador do TJ-PR, Mário Ramidoff, fala à AMAPAR

Escolhido no dia 4 de agosto como desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, na vaga reservada ao quinto constitucional do Ministério Público, Mário Luiz Ramidoff concedeu entrevista por telefone à AMAPAR e falou um pouco sobre a experiência adquirida nos mais de 21 anos de atuação junto à promotoria. Também comentou como buscará contribuir com o Poder Judiciário, ao aplicar os preceitos humanistas que sempre procurou construir ao longo da trajetória profissional.


Mário Ramidoff foi o mais votado na lista tríplice envidada pelo TJ-PR ao governador Betor Richa, com 79 votos. Tem larga experiência na docência e afinidades à justiça social, nas áreas relacionadas à criança e adolescente, idosos e pessoas com deficiência. “A contribuição que talvez eu possa dar - daqui a algum tempo -, será uma judicatura voltada às liberdades públicas, à justiça social, não que isso não seja feito pela magistratura. Com o olhar de quem fazia as proposições e sentia as ansiedades da maioria da nossa população, que é muito sofrida”, afirma.


VEIA HUMANITÁRIA 

O próximo integrante do Tribunal de Justiça do Paraná ocupará a cadeira vaga com a aposentadoria do desembargador Edson Vidal. Ramidoff comenta que no Ministério Público teve envolvimento com as áreas sociais, relacionadas às tutelas coletivas. “Em vez de ficarmos apagando incêndios individuais, seria possível com tutelas coletivas – sem o tribunal substituir os gestores públicos, respeitando a harmonia e independência entre os órgãos – oferecer esse reforço de tutela para que as políticas sociais públicas específicas pudessem ser atendidas”, ressalta, ao fazer referência à jornada profissional em defesa das tutelas coletivas.


Questionado sobre o conturbado e movimentado cenário da política no país, com grandes desvios de dinheiro público, o novo desembargador do TJ-PR concorda com o protagonismo da magistratura, membros do MP e polícia, nos respectivos trabalhos, nas decisões e investigações. “Já não é mais possível verificar um órgão julgador, colegiado ou não, distante das emergências e urgências sociais. De outro lado é preciso ter preocupação com o populismo judicial. O juiz de Direito, seja de primeiro grau, segundo grau os instâncias superiores, precisa ser um juiz das garantias, um juiz democrático, que respeita e efetiva os direitos e as garantias, preocupado com a justiça social. O juiz tem que pensar na emancipação subjetiva da maioria da população desassistida”, comenta.


Também aponta que com o direito penal não é possível uma revolução. “A mudança perpassa por políticas sociais públicas sérias e permanentes, isso significa dizer que é preciso existir dotação orçamental séria com fiscalização, onde recursos públicos cheguem exatamente nos objetivos democraticamente escolhidos, que é o atendimento à população”, aponta.


ORIGEM CARIOCA E DESTINO PARANAENSE


De origem carioca, Mário Luiz Ramidoff nasceu no tradicional bairro da Tijuca. Veio para Curitiba no ano de 1986, entrou no Ministério Público em 1995. Tem 52 anos e toma posse no Tribunal de Justiça do Paraná no dia 23 de agosto, às 18 h, em sessão solene no auditório principal do TJ-PR, no 12º andar do prédio anexo ao Palácio da Justiça.

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