Semana da Mulher - Confira a entrevista com a juíza Franciele Narciza Martins de Paula Santos Lima, vice-presidente da AMAPAR

Rômulo Cardoso Quinta, 07 Março 2024

Semana da Mulher - Confira a entrevista com a juíza Franciele Narciza Martins de Paula Santos Lima, vice-presidente da AMAPAR

Juíza em Ponta Grossa e vice-presidente da AMAPAR, Franciele Narciza Martins de Paula Santos Lima, bem resume a entidade como um patrimônio histórico e social da magistratura paranaense. Na carreira desde 2003, despertou para o Direito ao observar o trabalho do pai, que está com 82 anos e ainda advoga. Também o irmão, que é juiz há 30 anos. “Agradeço a Deus todos os dias por ter me abençoado com uma profissão que realizo com e por amor e que me traz muita realização”, comenta. 

 

Veja mais na entrevista especial dedicada à Semana da Mulher. 

 

Como sintetiza o trabalho da AMAPAR e quais são as principais frentes que a associação deve priorizar em prol das prerrogativas e valorização da magistratura? 

 

A AMAPAR é um patrimônio histórico e social da magistratura paranaense. Para preservação das prerrogativas e valorização da magistratura é importante trabalhar de forma horizontal e colaborativa as frentes da união, aproximação e congraçamento regional dos colegas, da independência funcional, da saúde mental dos magistrados, da busca pelas verbas indenizatórias e remuneratórias devidas a ativos e aposentados e da melhor estrutura de trabalho.

 

Ao voltar no tempo, na época que ingressou na magistratura. Quais são as principais diferenças, as mais pontuais, no cenário da magistratura brasileira para o momento atual, no que diz respeito à estrutura de trabalho, valorização de magistradas e de magistrados enquanto representantes de Poder e também as diferenças no papel desempenhado pelas  associações? 

 

Quando ingressei na magistratura, em 2003, a estrutura de trabalho era bem inferior à atual. Não tínhamos sequer estagiário, a jurisprudência era consultada em compêndios ou em CDs adquiridos por nós mesmos, tínhamos que comprar até a tinta da impressora e o café e todos os processos eram físicos. Tínhamos férias coletivas, conhecíamos apenas os colegas que trabalhavam na mesma região e a sistemática do subsídio tinha sido recém implantada. Por outro lado, o trabalho era menor, não existiam ações em massa, conhecíamos os advogados das comarcas, fazíamos mais encontros com os colegas e as petições eram curtas. 

 

Doutora, como despertou o interesse para o Direito e, consequentemente, para ingressar na magistratura? 

 

O primeiro interesse pelo Direito veio por inspiração do meu pai, Firmino de Paula Santos Lima, advogado há décadas. Hoje ele tem 82 anos, advoga (OAB 4.047) e ainda me inspira. O interesse pela magistratura veio através do meu irmão, que já tem 30 anos de carreira como juiz; atualmente judicando em Irati. Durante a faculdade (UFPR) pude conviver com diversos profissionais do Direito nos estágios e na Escola da Magistratura, que cursei no quinto ano, onde especialmente pude fazer o papel de juíza, promotora e advogada nas aulas de prática cível e criminal, apaixonando-me ainda mais pela magistratura. Depois que me formei meu pai até fez uma placa com meu nome, seguido de "advogada" para colocar em seu escritório. Fiz o teste da OAB e advoguei com ele por três meses até que o primeiro concurso para magistratura abrisse. Tive sucesso no pequeno tempo que advoguei, mas a convicção, o sonho e minha vocação falaram mais alto. Agradeço a Deus todos os dias por ter me abençoado com uma profissão que realizo com e por amor e que me traz muita realização.

 

No tempo exíguo, que pouco sobra, por conta das atribuições judicantes, quais as principais atividades de lazer que a doutora costuma se inclinar? 

 

Antes de engravidar da minha última filha (tenho um menino e uma menina), meu hobby era o triatlo (treinava 12 vezes por semana e competi na terra e no asfalto), além da leitura e das viagens. Depois voltei aos esportes com menos frequência (academia e corrida semanalmente, natação e pedal mais esporadicamente) e especialmente na pandemia passei a ler mais e a me dedicar à espiritualidade, meditação e autoconhecimento. A adoração por viagens continua. Fiz um curso sobre milhas e cartões de crédito e eu mesma organizo, programo e executo todas as nossas viagens - quando dá tempo, posto sobre elas no Instagram (viagenscomcoberturaerecheio).

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